24/03/2011

A Experiência do Silêncio

Recentemente, li um ensaio no qual era discutido o conceito de experiência. Foram destacados 4 aspectos considerados inimigos mortais do ato de experimentar: excesso de informação, excesso de trabalho, opinião imediata e falta de tempo. Imagina se algum desses aspectos faz parte da minha vida! TODOS fazem, sem exceção.

Só agora, sob forte influência das prazerosas torturas semanais de Psicologia da Educação, parei para pensar no quanto eu reproduzo coisas, textos, vontades, bobagens, desabafos, e afins. Experiência 0. Reprodução 10. De repente tudo passa a ser vital - no sentido literal da palavra. Sapatos, roupas, bolsas, restaurantes... coisas  sem as quais não posso mais viver. Mas não vivi até hoje? E toma reprodução de músicas, poemas, opiniões do jornal, textos acadêmicos... um bando de informação que não leva a nada, porque não tenho tempo para fazer com que elas aconteçam pra mim. É por isso que eu acho difícil não fazer parte da roda-gigante. Difícil dar-se ao luxo de enlouquecer e ver o mundo de fora. Quase impossível. Mas como odeio generalizações... O que você faria se o mundo tivesse controle-remoto? Ia acelerar? Para que? Ia parar? E não é bobagem, perda de tempo? Eu? Acho que apertaria  o mute para tentar ler os lábios sujos da humanidade. Grande experiência, não? Talvez no silêncio essa merda de vida fizesse um pouco mais de sentido pra mim.

22/03/2011

Dama da Noite

Porque não é fácil fugir da roda-gigante...
"Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota. Tá me entendendo, garotão?

Nada, você não entende nada. Dama da noite. Todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto luz. Também nunca tenho nada pra fazer. O quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, não adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei, não adianta insistir, boy. Aprendi que se eu der detalhe você vai sacar que tenho grana, e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando "o verdadeiro amor". Para de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me diz que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso.

Pego, claro que eu pego. Pego sim, pego depois. É grande? Gosto de grande, bem grosso. Agora não. Agora quero falar na roda. Essa roda, você não vê, garotão? Está por aí, rodando aqui mesmo. Olha em volta, cara. Bem do teu lado. Naquela mina ali, de preto, a de cabelo arrepiadinho. Tá bom, eu sei. Pelo menos dois terços do bar veste preto e tem cabelo arrepiadinho, inclusive nós. Sabe que se há uns dez anos eu pensasse em mim agora aqui sentada com você eu não ia acreditar? Preto absorve vibração negativa, eu pensava. O contrário de branco, branco reflete. Mas acho que essa moçada tá mais a fim mesmo é de absorver, chupar até o fundo do mal. Hein? Depois, até posso. Tem problema não. Mas não é disso que estou falando agora, meu bem.

Você não gosta? Ah, não me diga, garotinho. Mas se eu pago a bebida, eu digo o que eu quiser, entendeu? Eu digo "meu-bem" assim desse jeito, do jeito que eu bem entender. Digo e repito: meu-bem, meu-bem, meu-bem. Pego no seu queixo a hora que eu quiser também, enquanto digo e repito e redigo meu-bem, meu-bem. Queixo furadinho, hein? Já observei que homem de queixo furadinho gosta mesmo é de dar o rabo. Você já deu o seu? Pelo amor de Deus, não me venha com aquela história tipo sabe, uma noite, na casa de um pessoal em Boiçucanga, tive que dormir na mesma cama com um carinha que. Todo machinho da sua idade tem loucura por dar o rabo, meu bem. Ascendente Câncer, eu sei: cara de lua, bunda gordinha e cu aceso. Não é vergonha nenhuma: tá nos astros, boy. Ou então é veado mesmo, e tudo bem.

Levanta não, te pago outra vodka, quer? Só pra deixar eu falar mais na roda. Você é muito garoto, não entende dessas coisas. Deixa a vida te lavrar a cara, antes, então a gente. Bicho esquisito. Eu ia dizer alma, sabia? Quer que eu diga? Tá bom, se você faz tanta questão, posso dizer. Será que ainda consigo, como é que era mesmo? Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino! Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo-mau e solidão medonha.

A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda. Menos eu, menos eu. Quem roda na roda fica contente. Quem não roda se fode. Que nem eu, você acha que eu pareço muito fodida? Um pouco eu sei que sim, mas fala a verdade: muito? Falso, eu tenho uns amigos, sim. Fodidos que nem eu. Prefiro não andar com eles, me fazem mal. Gente da minha idade, mesmo tipo de. Ia dizer problema, puro hábito, não tem problema. Você sabe, um saco. Que nem espelho: eu olho pra cara fodida deles e tá lá escrita escarrada a minha própria cara fodida também, igualzinha à cara deles. Alguns rodam na roda, mas rodam fodidamente. Não rodam que nem você. Você é tão inocente, tão idiotinha com essa camisinha Mr. Wonderful. Inocente porque nem sabe que é inocente. Nem eles, meus amigos fodidos, sabem que não são mais. Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia? Sabe nada. Você roda na roda também, quer uma prova? Todo esse pessoal da preto e cabelo arrepiadinho sorri pra você porque você é igual a eles. Se pintar uma festa, te dão um toque, mesmo sem te conhecer. Isso é rodar na roda, meu bem.

Pra mim, não. Nenhum sorriso. Cumplicidade zero. Eu não sou igual a eles, eles sabem disso. Dama da noite, eles falam, eu sei. Quando não falam coisa mais escrota, porque dama da noite é até bonito, eu acho. Aquela flor de cheiro enjoativo que só cheira de noite, sabe qual? Sabe porra. Você nasceu dentro de um apartamento, vendo tevê. Não sabe nada. Fora essas coisas de vídeo, performance, high-tech, punk, dark. computador, heavy-metal e o caralho. Sabia que eu até vezenquando tenho mais pena de você e desses arrepiadinhos de preto do que de mim e daqueles meus amigos fodidos? A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar. Sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente. Tava tudo morto quando você nasceu, boy, e eu já era puta velha. Então eu tenho pena. Acho que sou melhor, sei porque peguei a coisa viva. Tá bom, desculpa, gatinho. Melhor, melhor não. Eu tive mais sorte, foi isso? Eu cheguei antes. E até me pergunto se não é sorte também estar do lado de fora dessa roda besta que roda sem fim, sem mim. No fundo, tenho nojo dela. Você?

Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze. Já nasceu de camisinha em punho, morrendo de medo de pegar Aids. Vírus que mata, neguinho, vírus do amor. Deu a bundinha, comeu cuzinho. pronto: paranóia total. Semana seguinte, nasce uma espinha na cara e salve-se quem puder: baixou Emílio Ribas. Caganeira, tosse seca, gânglios generalizados. Oh boy, que grande merda fizeram com a tua cabecinha, hein? Você nem beija na boca sem morrer de cagaço. Transmite pela saliva, você leu em algum lugar. Você nem passa a mão em peito molhado sem ficar de cu na mão. Transmite pelo suor, você leu em algum lugar. Supondo que você lê, claro. Conta pra tia: você lê, meu bem? Nada, você não lê nada. Você vê pela TV, eu sei. Mas na TV também dá, o tempo todo: amor mata, amor mata, amor mata. Pega até de ficar do lado, beber do mesmo copo. Já pensou se eu tivesse? Eu, que já dei pra meia cidade e ainda por cima adoro veado.

Eu sou a dama da noite que vai te contaminar com seu perfume venenoso e mortal. Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento. Eu sou a dama maldita que, sem nenhuma piedade, vai te poluir com todos os líquidos, contaminar teu sangue com todos os vírus. Cuidado comigo! Eu sou a dama que mata, boy. Já chupou buceta de mulher? Claro que não, eu sei, pode matar. Nem caralho de homem, pode matar. Já sentiu aquele cheiro molhado que as pessoas têm nas virilhas quando tiram a roupa? Está escrito na sua cara, tudo que você não viu nem fez está escrito nessa sua cara que já nasceu de máscara pregada. Você já nasceu proibido de tocar no corpo do outro. Punheta pode, eu sei, mas essa sede de outro corpo é que nos deixa loucos e vai matando a gente aos pouquinhos. Você não conhece esse gosto que é o gosto que faz com que a gente fique fora da roda que roda e roda e que se foda rodando sem parar, porque o rodar dela é o rodar de quem consegue fingir que não viu o que viu. Oh boy, esse mundo sujo todo pesando em cima de você, muito mais do que de mim e eu ainda nem comecei a falar na morte...

Já viu gente morta, boy? É feio, boy. A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte. Cara a cara com ela, você já esteve? Eu, sim, tantas vezes. Eu sou curtida, meu bem. A gente lê na sua cara que nunca. Esse furinho de veado no queixo, esse olhinho verde me olhando assim que nem se eu fosse a Isabella Rossellini levando porrada e gostando e pedindo "eat me, eat me", escrota e deslumbrante. Essa tontura que você está sentindo não é porre, não. É vertigem do pecado, meu bem, tontura do veneno. O que que você vai contar amanhã na escola, hein? Sim, porque vocé ainda deve ir à escola, de lancheira e tudo. Já sei: conheci uma mina meio coroa, porra-louca demais. Cretino, cretino, pobre anjo cretino do fim de todas as coisas. Esse caralhinho gostoso aí, escondido no meio das asas, é só isso que você tem por enquanto. Um caralhinho gostoso, sem marca nenhuma. Todo rosadinho. E burro. Porque nem brochar você deve ter brochado ainda. Acorda de pau duro, uma tábua, tem tesão por tudo, até por fechadura. Quantas por dia? Muito bem, parabéns, você tá na idade. Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça. Você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy.

Eu, cansei. Já não estou mais na idade. Quantos? Ah, você não vai acreditar, esquece. O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite, sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte. Feia, tão feia a morte, boy. A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior. Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira, uma mesa, um cinzeiro, um prato vazio. Uma coisa sem nada dentro. Que nem casca de amendoim jogada na areia, é assim que a gente fica quando morre, viu, boy? E você, já descobriu que um dia também vai morrer?

Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê? Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva. Sou tão maravilhosamente compreensiva e tudo que se levar você pra minha cama agora e amanhã de manhã você tiver me roubado toda a grana, não pense que vou achar você um filho da puta. Não é o máximo da compreensão? Eu vou achar que você tá na sua, um garotinho roubando uma mulher meio pirada, meio coroa, que mexeu com sua cabecinha de anjo cretino desse nojento fim de todas as coisas. Tá tudo bem, é assim que as coisas são: ca-pi-ta-lis-tas, em letras góticas de neon. Mulher pirada e meio coroa que nem eu tem mais é que ser roubada por um garotinho imbecil e tesudinho como você. Só pra deixar de ser burra caindo outra vez nessa armadilha de sexo.

Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando, girando sem parar. Olha bem, quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu. Não seguro picas, não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo, um dia encontro.

Só por ele, por esse que ainda não veio, te deixo essa grana agora. Precisa troco não. Pego a minha bolsa e dou a fora já. Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas, envenenam a si próprias com loucas fantasias. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui, continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Parada pateta ridícula porra-louca solitária venenosa. Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima, puro simulacro. Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."
(Caio Fernando Abreu)

Re-produzindo...

"A esperança dá sono"

(Aula do Júlio Groppa  - 21.02.2011)

17/03/2011

Mais uma chance

E eu que estava aqui achando que eu era única, diferente, especial. E eu que estava aqui esperando o mundo render-se de joelhos aos meus pés para realizar os meus desejos. E eu que estava aqui buscando a verdade, o amor eterno, a felicidade. E eu que estava aqui, pensando em envelhecer bem, sem enlouquecer, nem engordar. E eu que estava aqui, acelerando a vida para tentar chegar a um lugar que nem mesmo sei onde é. Criando problemas sem solução. Querendo ser importante e imponente.
De repente estava lá, com olhos marejados na sala de aula ganhando o melhor presente que poderia existir: a oportunidade de não desistir de mim nem do mundo, “apesar de”; e de aprender que ter uma identidade não te faz maior, melhor, nem ao menos te faz alguma coisa.

05/03/2011

Crescer chega a ser cruel

Eu sou uma grande farsa.
Sou só uma garotinha de 16 aos que deu errado, mas continua tentando.
Sou só um para sempre que deixou de existir.
E poucas coisas me prendem ao passado. A não ser uma música ou uma noite de pesadelo.
E os pesadelos me perseguem, porque, lá no fundo, em um lugar bem escondidinho,  a gente nunca deixa  de ser quem realmente é, ou seja, dificilmente a gente muda por dentro. Da boca pra fora, faz-se o que bem entende. Mas as pessoas andam por aí dizendo que mudaram, amadureceram, aprenderam. E eu finjo que acredito. Em mim e nos outros.
Mas, às vezes, deixo a protagonista de lado, só por uns minutos, para lembrar a garotinha que gostava de mexer nos cabelos e sorrir, linda, doce, sem pensar em nada. Depois volto a ser adulta, forte, decidida, como uma rocha. E pode continuar batendo, que a rocha até pode furar, mas já não é tão fácil assim.

04/03/2011

Carnaval 2011: só vai dar a Devassa

Ha, ha, ha. O Grupo Schincariol gosta meeeeeesmo de um auê.

Depois de apresentar a propaganda de TV que foi proibida por ser considerada imprópria ao mostrar, em excesso, a sensualidade da simpática Paris Hilton, a marca de bebidas adotou uma nova Musa Loura: a Sandy (Oi?).  Sim, aquela, ex-donzela.  E a galera, claro, tá “metendo a língua”.  Qual é gente! E porque a Sr. Lima não poderia se sentir Devassa, às vezes? Ressalto que é “às vezes”.  A Vanessa, que não é mais Camargo, pode!

 A “cantoratriz”, compositora e atual “garota-propaganda-de-cerveja”, Sandy, confirmou em seu site oficial http://sandyoficial.uol.com.br/ que aceitou o convite por entender que “o conceito criado pela agência para a campanha era pertinente com sua imagem”. Segundo ela, o que eles queriam passar tinha “total adequação” ao que tem vontade de mostrar: “que todos nós temos nossos momentos descontraídos, desencanados, desinibidos” uhuhuhuhhu.

Na campanha publicitária em questão, estão inclusos comerciais de TV, spots de rádio e merchandising, norteados pelo slogan “Todo mundo tem um lado devassa” e, segundo alguns sites, rendeu à moça, quer dizer,  devassa, 1 milhão de reais (e ela nem precisou participar do BBB, minha gente. Poderooooooooosa!).

Pois bem.  Visitei o site da celebridade para saber informações oficiais sobre o assunto, e o que eu encontrei de mais interessante foi o seguinte comentário:  “Estava na hora de celebrar essas situações de descontração em que podemos ser mais criativos e espontâneos, afirma Luiz Claudio Taya, diretor de marketing da Schincariol. Queremos mostrar que todo mundo tem um lado Devassa. Mostrar que a Sandy também pode beber cerveja, subir em cima da mesa e se divertir como qualquer pessoa num bar ou numa balada (Taí, euzinha  pagava pra ver ela fazer isso de graça... por diversão he, he,he ), completa Augusto Cruz Neto, sócio-diretor da agência Mood.”

Difícil questionar que os marqueteiros tiveram uma sacada de meeeestre. Marcaram o início da veiculação da campanha para 1º de março, às vésperas do carnaval,  e invadiram o Rio de Janeiro com mídia exterior promovendo a “Devassa”, o que aqui em Sampa é proibido pela Lei Cidade Limpa, do Excelentíssimo Prefeito Kassab.

E isso aí Brasil, é Carnaval!  Vai ter “Devassa” pra todo lado.


01/03/2011

Educação: sim ou não?

Adiei o que pude, mas sempre soube que uma hora a tortura ia chegar: as aulas na educação. Digo isso porque me flagrei dizendo a minha irmã, há pouco tempo, que prefiro trabalhar o dia inteiro, durante 1 ano, a cumprir as 60 horas de estágio da Licenciatura. Acho que não tenho vocação para professora.  
Nem sei como farei os tais estágios ainda. Que horas?  Onde? Não quero e nem posso deixar o trabalho agora. Foi tão difícil encontrar um lugar no qual me sinto bem. Por outro lado, sei que me sentirei culpada se desistir da Licenciatura depois de já ter cursado a metade das matérias, mesmo não tendo pretensão de dar aulas, ao menos por enquanto.
Tenho a chance de trancar as disciplinas, mas seria esconder o problema embaixo do tapete, adiar o sofrimento.  E isso não é legal. Por enquanto vou frequentando algumas aulas,  em uma sequência de longos encontros nos quais durmo profundamente.
Ai  Jhésus! Porque é tão difícil fazer escolhas! Será que isso tem solução?