Sinto-me cada vez mais vazia. Deve ser um sinal das decepções da velhice. O tempo passa e os discursos políticos continuam os mesmos. O Serra dizer que vendia frutas com o pai para ganhar prestígio político foi o Ó da hipocrisia; e a Dilma querer fazer cortesia com o chapéu do Lula durante a campanha inteira me deu enjoo.
Estou fazendo um esforço imenso para ter esperança de que o governo da Dilma resultará em um Brasil melhor e acreditar nessas coisas todas que ela tem “prometido” durante a campanha, mas tenho lá minhas ressalvas. Bem, ao menos não foi o Serra. Aí sim a merda tava feita.
Entra ano e sai ano, entra discurso e sai discurso, e o tempo que minha mãe leva para marcar uma consulta no SUS continua o mesmo. As escolas públicas, nas quais tenho procurado estágio, continuam, na melhor das hipóteses, do mesmo jeito, um verdadeiro Carnaval: analfabetismo - "0"; analfabetos funcionais no 9º ano do Fundamental II - “10". A segurança pública que existe definitivamente não funciona, pelo menos no meu bairro. E eu não quero saber se isso deve ser feito com arrecadação de município, do estado ou do governo federal. Fácil ficar empurrando a culpa do fracasso da sua gestão para a jurisdição política do amiguinho né? Mas chega de ficar fazendo discurso sobre coisas que me parecem óbvias (pelo menos para quem não nasceu em “berço de ouro”).
Sei que, como cidadã, nesse momento eu deveria estar minimamente otimista, e fazer jus ao slogan da campanha publicitaria que dizia “Sou brasileiro e não desisto nunca”, todavia, não é o que está acontecendo, e é um direito meu (ou cidadão só tem deveres?). Bem, acho que o melhor que poderia acontecer nos resultados das eleições, aconteceu. Agora é esperar, quer dizer, fazer a minha parte porque nenhum político vai ao bairro de eleitor para perguntar se "está tudo bem" quando não é época de eleição.
Ah, ah! Mas se você está achando que vou terminar esse texto com discurso pessimista, está muito enganado. Há uma parte boa em tudo isso, gente! Com o final das eleições vou poder ficar um tempo sem assistir ao horário político.