13/01/2011

"A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte"


Quem gosta de cinema já esteve no Cine Belas Artes, ponto de encontro e de referência cultural em Sampa, localizado no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, desde 1943.
É óbvio que as pessoas frequentam os cinema dos inúmeros shoppings da cidade entre as compras e as visitas ao cabeleireiro, mas aí, bom mesmo é sair exclusivamente para ir ao cinema (aquele lugar com cheirinho de quero mais). Pode ser na companhia do parceiro, dos amigos, da família. Vale até ir sozinho em uma sessão de segunda-feira à tarde para ausentar-se por duas horas da cruel realidade e adentrar no mundo encantador da grande tela.  E o “Noitão”, minha gente! Como viver sem ele!  Vários filmes seguidos, café nos intervalos e cara da sono na manhã de sábado seguinte. Sempre fico até o fim.
Pois é, recentemente fiquei indignada ao saber pelos jornais que o lugar que já faz parte da minha história e da vida de muitas outras pessoas, cinéfilas ou não, corre o risco de não mais existir. Isso porque o dono do imóvel, Flávio Maluf, segundo a Folha de SP, pediu a devolução do espaço, sem justificativas. Como assim! Afinal, gente, “Belas Artes” já é sinônimo de “cinema”.
Várias pessoas fizeram um protesto contra o fechamento do local e, ontem, o Secretário de Cultura de SP, Carlos Augusto Calil, manifestou-se sobre o assunto. Uma entidade civil protocolou na prefeitura o pedido de tombamento do edifício. Diante do documento foi decidido que a demanda será levada à votação já na próxima reunião do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp), na próxima terça-feira, dia 18.
Espero que o resultado seja positivo para que eu possa continuar sentindo o cheirinho de pipoca que vem lá daquele lugar que me convida sempre que estou parada naquele cruzamento: “vai um cineminha aí?”

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