Semana passada eu disse ao Laerton, com um toque de ironia, que existe o “Nível Eto”. Que ele vê as coisas lá “do alto do nível superior”. Avaliando posteriormente a minha frase e fazendo uma analogia com o momento atual da minha vida profissional, sim “pode ser que talvez haja assim tipo uma meio que possibilidade” de eu também agir dessa forma. Essa redundância toda é resultado da minha dificuldade em assumir que “é, Brasil, eu também me comporto dessa maneira às vezes”.
Porque cheguei a essa conclusão? Ontem foi meu primeiro dia de trabalho na CESP e, enquanto a Evelise, a gentil e doce menina a quem vou substituir, me explicava dedicadamente como deve ser feito o trabalho, eu pensava/desabafava:
“Eu sabia que uma hora o meu dia ia chegar! Estágio? nunca mais. Bolsa auxílio? não quero nem lembrar. Minha fase de "escraviária" agora faz parte do passado. E não é que eu seja mal agradecida. Quero trabalho e salário dignos, que possam compensar os anos que passei (me fudi) na faculdade (e mercenária é a vovozinha, que Deus a tenha). Tem mais: eu mereeeeeço”.
Sentiu o “Nivel Sol”? Mas esses pensamentos vinham acompanhados por uma espécie de culpa por eu estar reconhecendo que, finalmente, eu tenho um lugar no “espaço”, e não é qualquer lugar, é o lugar que eu escolhi. Agora sou revisora. Eu só não entendia o motivo da culpa, afinal, porque é que tenho que falar dos meus defeitos o tempo todo? das coisas que perdi ou que deixei de ganhar. A tia chata aqui também tem o direito de reconhecer seus predicados né minha gente?
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